O jargão é brasileiro, mas a união de forças entre setor público e privado é uma tendência mundial. No texto escrito no Apolitical, que você pode conferir aqui na íntegra, a Madalo Kaba, primeira mulher a administrar a pasta de Economia e Finanças da República da Guiné, aborda questões muito próximas da nossa realidade. Ela enfatiza que os dois setores fazem parte de um grande estranhamento, ainda mais em um mundo em desenvolvimento.
“O debate político acalorado sobre o tema é, afinal, o resultado de atritos entre os dois. E ainda assim, nos últimos anos, esse atrito começou a esfriar. O estranho casal pode estar começando a dançar tango”, brinca ela de maneira coerente.
Nesse sentido, a pandemia acelerou mais uma vez alguns processos que estavam em curso, como por exemplo a colaboração público-privada que vimos com frequência nesses últimos meses acontecendo em algumas cidades com os avanços tecnológicos. “As empresas não podem prosperar sem uma sociedade já próspera e, portanto, estão começando a reconhecer que, em tempos de crise, os interesses privados e públicos não estão apenas relacionados, mas interligados.” destaca Kaba. Confira abaixo as dicas teóricas que ela compartilhou no seu artigo para que, tanto gestores quanto executivos, possam aplicá-los na prática.
Convocação
Sabemos que o governo tem uma facilidade maior em reunir diferentes partes da sociedade interessadas em cooperar com uma ideia, para Kaba esse tipo de ação é raramente explorada no setor privado.
Aqui nós já temos essa prática há anos, você pode conferir mais sobre o PPP (Parcerias Público-Privadas) nesse texto no Blog, mas a ideia é ampliar essas iniciativas a nível mundial. Kaba destaca uma ação de quatro operadoras africanas de redes móveis que uniu os governos africanos mais à Comissão Econômica das Nações Unidas para lançar no continente inteiro uma Plataforma de Comunicação e Informação da África (ACIP). Tal rede possibilita acesso à informação pública de saúde e ação econômica para mais de 600 milhões de usuários, gratuitamente.
Resumidamente, ACIP é uma ferramenta baseada em dispositivos móveis para informação e comunicação bidirecional entre cidadãos e governos. Fornece forças-tarefa contra a COVID nacionais e regionais com dados de pesquisas gerados por usuários e percepções econômicas e de saúde acionáveis que permitirão às autoridades analisar melhor os problemas relacionados à pandemia e implementar respostas apropriadas.
Esse sistema do exemplo da ministra equivale ao nosso aplicativo do Coronavírus SUS que foi criado no mês de março de 2020 na mesma intenção de conscientizar a população sobre a doença, trazendo informativos diversos como sintomas, prevenção, mapeamento de unidades de saúde e outros temas mais.