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Desigualdade e iniquidade: o que é e como diferenciar?

30.11.2023
Autor: Colab
cidadao

A realidade independe da forma como a interpretamos. Ou seja, a realidade é a realidade por ela mesma, independente da forma como é vista ou definida.

Por outro lado, conceituar fenômenos da realidade a partir de conceitos e categorias bem delimitadas auxilia a interpretar a realidade e os fenômenos que a permeiam.

Dialogar com outras pessoas com base em um mesmo parâmetro interpretativo dos fenômenos sociais, por exemplo, potencializa o diálogo em torno de determinadas questões para que, diante disso, seja possível pensar em soluções sociais.

Dentro desses fenômenos, podemos destacar as desigualdades que estão entre os principais problemas sociais da modernidade. 

As desigualdades podem ser de renda, gênero, raça, acesso à serviços públicos, idade, e diversas outras ordens, ou até mesmo cumulativas entre si.

Iniquidade: o que é?

Outro problema social de destaque atual são as iniquidades, que muitas vezes são confundidas como equivalentes das desigualdades.

As iniquidades dizem respeito a tipos específicos de desigualdades, e são definidas como desigualdades injustas. 

Mas será que toda desigualdade é uma iniquidade? Nem toda desigualdade é uma iniquidade, pois nem toda desigualdade é necessariamente injusta. 

Por exemplo: a expectativa de vida das mulheres é maior do que a dos homens, o que se caracteriza como uma expressão de desigualdade pelo fator gênero, no entanto, isso não é uma injustiça, pois socialmente os homens possuem privilégios de diversas ordens que os conferem condições de possuírem maior expectativa de vida, como o fato de possuírem em média maior renda. 

A princípio podemos pensar que esta distinção entre desigualdade e iniquidade é algo sutil e que, na prática, ambas são danosas e precisam ser combatidas.

Entretanto, na realidade não é bem assim, e uma constatação disso pode ser apreendida do exemplo mencionado sobre a expectativa de vida entre homens e mulheres. 

As desigualdades injustas, ou seja, as iniquidades, comumente possuem por trás de si um determinante social. 

O fato de homens receberem um salário maior do que as mulheres que ocupam o mesmo cargo ou exercem a mesma função, é uma expressão de uma desigualdade salarial que é também injusta e, portanto, se constitui como uma iniquidade. 

O determinante social que está por trás dessa iniquidade é o gênero, uma vez que o simples fato de ser homem confere uma vantagem a um grupo de indivíduos. 

Evidentemente que a definição de justiça pode ser muitas vezes algo complexo e que varia de acordo com as diversas concepções político-filosóficas. 

Apesar disso, existe um patamar de razoabilidade a partir do qual nós podemos classificar uma situação como injusta, como é o caso dos homens receberem mais do que as mulheres simplesmente pelo fato de serem homens. 

Teorias da justiça: o que são?

As teorias da justiça encontram-se em um campo das ciências sociais denominado de filosofia política. Neste campo há diversos pensadores e correntes de pensamentos que compreendem a justiça a partir de uma perspectiva. 

Talvez um dos pensadores de maior destaque da contemporaneidade seja John Rawls, que em 1971 publicou a obra intitulada “Uma teoria da Justiça”, na qual ele formula a sua teoria denominada de “justiça como equidade”. 

Um dos princípios da justiça formulado por Rawls é o princípio da diferença, segundo o qual as desigualdades devem ser para o benefício dos piores situados socialmente em detrimento dos melhores situados. 

Neste sentido, o combate às iniquidades passa pela priorização daqueles que estão em desvantagem e em pior situação na sociedade. 

A indistinção no uso dos termos desigualdade e iniquidade pode ocultar uma série de diferenças entre eles que são extremamente importantes para que possamos compreender a realidade e pensar em políticas públicas que visem promover a justiça social. 

Certamente o tema das desigualdades é muito importante e a sua entrada na agenda pública representa um grande avanço. Mas precisamos ir além das discussões sobre as desigualdades e pensar de forma ainda mais específica nas iniquidades, tanto de uma perspectiva teórica quanto prática.

Autor: Colab

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