Quando falamos em democracia, qual é a primeira palavra que vem à cabeça? Igualdade, participação popular, soberania popular. Muitos dos conceitos que estão dentro do sistema político da democracia são meios de como uma sociedade se organiza e de como ela toma decisões capazes de impactar na elaboração de políticas públicas de forma representativa e abrangente.
Para entender melhor o que é o sorteio cívico precisamos saber a base do nosso sistema político. Para o sociólogo português Antônio Teixeira Fernandes, a definição resumida da democracia é “um regime político que, sendo poder do povo exercido pelo povo, nunca atinge a sua total realização”. Isso quer dizer que o sistema pode ser democrático, mas não necessariamente a sociedade.
No seu dever de garantir o direito à participação em tomadas de decisões encontramos algumas brechas no sistema que podem ser reparadas por um novo olhar alternativo, como o do Sorteio Cívico. Apesar de não ser completamente desconhecido – na Grécia Antiga, o sorteio era o meio que os gregos achavam mais seguro de fazer uma votação política -, hoje em dia ele volta na intenção de fazer política com as próprias mãos.
Por meio de um sorteio (cívico), um grupo de cidadãos engajados em causas públicas é escolhido para conversar e decidir sobre determinada situação política que necessita de tomada de decisão, levando em consideração os que mais serão afetados: os cidadãos.
Esse grupo tem a presença e o apoio técnico de especialistas que irão ouvir e levar em consideração cada ponto de vista diferente, como realmente acontece na prática de uma sociedade. Após os encontros, o grupo apresenta sua decisão e os argumentos que usaram como embasamento.