O Brasil Sem Corona, movimento que já conta com o apoio e a participação de milhares de pessoas, utiliza a ciência para monitorar o avanço da Covid-19 no Brasil.
A ferramenta utilizada para esse fim se chama vigilância participativa e é um método científico que já teve sua eficácia comprovada e está sendo utilizado em diversos países do mundo todo desde o início dos anos 2000.
Eu conversei com o epidemiologista Onício Leal, que é especialista no assunto, e ele me contou tudo sobre vigilância participativa. Você confere nosso bate-papo neste artigo.
O que é vigilância participativa?
Onício Leal: A vigilância participativa é um método científico e colaborativo que foi criado em 2003 na Europa. Alguns países se uniram para criar uma ferramenta online que ajudasse a monitorar o avanço do vírus da influenza no continente, usando como principal fonte de informação os relatos da população.
Com a compilação e tratamento de dados por parte dos cientistas, foi possível verificar quais áreas continham mais casos e precisavam de mais atenção, além de prever possíveis surtos.
Para quê ela serve em períodos de pandemia?
Onício Leal: Durante uma pandemia é necessário conhecermos com maior rapidez as áreas com maior risco para então ser possível o monitoramento e intervenção. Estratégias como a vigilância participativa permitem estes tipos de ação.
Ela empodera a população a exercer sua cidadania e auxiliar sua cidade, ajuda os gestores públicos a tomarem decisões e intervirem de maneira mais rápida, além de diminuir a incidência de riscos maiores.